sábado, 14 de agosto de 2010

A QUEBRA DO PARADIGMA DA AUDIOLOGIA OCUPACIONAL - por Luciana Fritsch e colaboradores

A QUEBRA DO PARADIGMA DA AUDIOLOGIA OCUPACIONAL

A Audiologia ocupacional, hoje no Brasil, vive um paradigma, que, para muitos fonoaudiólogos parece imutável; estão aptos a “vender audiometrias”, enquanto essa venda é o início de um processo dinâmico e contínuo de trabalho multidisciplinar com o objetivo de prevenir e estabilizar as Perdas Auditivas Ocupacionais. Por esse motivo é de urgência extrema que os fonoaudiólogos se unam para entender que podemos muito mais que somente a venda de exames. Só assim esse paradigma terá um bom motivo para ser “quebrado”.

Apesar da situação atual, todos nós sabemos da necessidade da Audiologia dentro da empresa. A falta de conhecimento na nossa própria área gera o desconhecimento de todos. “Vendemos” as audiometrias unicamente por estarem impostas na NR 07, em seu anexo I do Quadro II.

Sabe-se que em 08/06/1978 foi proposta a Norma Regulamentadora 04, que indica quais são os profissionais que fazem parte do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. O dimensionamento desses serviços vincula-se à graduação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento, de acordo com os graus de risco em que a empresa se enquadra, propostos nos quadros em anexo dessa mesma norma. Ressalto que em momento algum essa Portaria limita a contratação de outros profissionais, desde que necessários. Justamente por essa NR não limitar a entrada de outros profissionais está ocorrendo a união de outras áreas da saúde, a fim de serem efetivados nas empresas juntamente ao SESMT.


Tal união só ocorre pela força e “vaidade” desses profissionais na hora de venderem e apresentarem seus serviços. A exemplo disso cito o projeto de lei da Odontologia destinado ao Congresso Nacional, que refere a importância da inserção de seus serviços na Saúde Ocupacional . Cito também os fisioterapeutas que em muitas industrias já estão inseridos no SESMT, pela capacidade de colocação no mercado decorrente da existente Especialização em Fisioterapia Ocupacional..


Vamos mostrar que a Audiometria é apenas uma ferramenta para um controle evolutivo das perdas auditivas, criando um bom Gerenciamento Audiológico, o qual nos dará ferramentas importantíssimas para a elaboração de um Programa de Conservação Auditiva - PCA extremamente qualificado.

Está na hora de quebrarmos o paradigma supramencionado. Para tanto, a fonoaudiologia precisa de unir para FAZER ISSO ACONTECER !!



Luciana Pinto de Azevedo Fritsch
Crfa 8363-RS

2 comentários:

  1. Eu gostaria de parabenizar as autoras pela escrita do artigo. Está aberto um concurso na FIOCRUZ-Rio de Janeiro para esta vaga em especial. Mas lá trabalham 4 fonoaudiólogas emitindo laudos de saúde auditiva do trabalhador, e a vaga é apenas uma. Lamentável da parte dos organizadores.

    Claudio Gabana - Fonoaudiólogo gaúcho, radicado no Rio de Janeiro. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciencias Médicas - UERJ

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  2. Muito bom o artigo e em boa hora!
    Fga. Msc. Bárbara Costa Beber

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